Espaço Ambiental

O Espaço Ambiental surge a partir da idéia de criar um local para divulgar e debater questões ligadas ao Meio Ambiente. Nele você poderá encontrar calendário com alguns eventos nacionais e locais, entrevistas, divulgação de projetos desenvolvidos por instituições de ensino e discussão de assuntos em voga na mídia. Contamos com a sua participação. Seja você também parte integrante desse projeto em prol do Meio Ambiente!

29 maio, 2006

Uma dúvida...

Por que só o link Meio Ambiente, do portal eletrônico do governo do estado, não funciona?

27 maio, 2006

Cadê a Mata que tava aqui?

Hoje, dia da Mata Atlântica, esse post se dedica a uma reflexão sobre esse assunto
já esquecido...
Cíntia Barenho*

Cadê a Mata Atlântica que cobria mais de 15% do território brasileiro quando os europeus aqui chegaram?

Cadê a Mata Atlântica que detém o recorde mundialde biodiversidade arbórea?

Cadê a Mata Atlântica que vem sendo substituída ao longo da história por diversos tipos de monoculturas?

Cadê a Mata Atlântica que abrangia 17 estados brasileiros?

Cadê a Mata Atlântica, ou melhor, o Pau-Brasil, que deu origem ao nome da nossa pátria?

Essas são algumas das perguntas que devem ser feitas nesse dia 27 de maio, Dia da Mata Atlântica. Mais uma data emblemática para a questão ambiental, em que ainda não temos muito a comemorar.Um bioma tão importante e ameaçado quanto a Amazônia, e tão esquecido, precisa ter sua identidade resgatada.

O Brasil "nasceu", prosperou e vem menosprezando a Mata Atlântica ao longo da sua história. Diversos ciclos econômicos vêm devastando as nossas matas, como o do pau-brasil, o da cana-de-açúcar, o do café e, recentemente, o do eucalipto, o da soja e o da carcinicultura. Além disso, mais de 70% da população brasileira está na zona de influência da Mata Atlântica, bem como, a maioria das nossas grandes cidades.

Mesmo a Mata Atlântica com reconhecimento na Constituição Federal (art.225) como patrimônio nacional; mesmo com diversos mecanismos jurídicos que garantam a sua proteção; mesmo com diversos coletivos ambientais buscando sua preservação, conservação e recuperação; mesmo com o Brasil sendo um dos signatários da Convenção de Diversidade Biológica, apenas 7% da sua cobertura original ainda existe - o que faz da Mata Atlântica o 2º ecossistema mundial mais ameaçado de extinção.

Sem contar os 12 anos que a PL 3285/92 (lei da Mata Atlântica) vem tramitando no Congresso nacional, ainda temos muito a avançar para sua efetiva conservação e preservação. Em nossa região, o bioma Mata Atlântica também se faz presente, através dasmatas de restinga, banhados, dunas. E, infelizmente, a nossa realidade não é muito diferente do restante do Brasil.

Nossas matas, em especial, nossos banhados, ainda são negligenciados pelo poder público e desconhecidos pela sociedade. Mais que uma função ambiental, exercem uma função social, e econômica para a região. Colaboram no controle das cheias e vazão de corpos d'água, são criatórios de peixes, são ambientes de repouso de aves migratórias, são filtros biológicos. Enfim, o verde da Mata Atlântica não vem só das árvores de suas matas, mas dos banhados, dunas, restingas - ambientes associados - que evidenciam a importância da preservação, conservação e recuperação desse bioma para todos e todas.

*Bióloga e Mestranda em Educação Ambiental/FURG

25 maio, 2006

Greve

Ninguém mais comenta sobre isso, mas a greve dos funcionários do Ibama já dura 21 dias. Enquanto não surge o acordo, apenas 30% das atividades do órgão estão mantidas, o mínimo exigido por lei.

21 maio, 2006

Semana da Mata Atlântica

Acontece de 22 a 26 de maio a Semana da Mata Atlântica do Rio de Janeiro. O objetivo é discutir os cenários futuros para Mata Atlântica da região.

O evento será no auditório Vera Janacopolis, na UNIRIO, a partir das 9h.

Preço : Estudantes R$ 50 reais
Profissionais R$ 100 reais

Informações: Programa Mata Atlântica - ECOMARAPENDI
Telefones: 21 - 2552 - 6393 / 21 - 2552 - 5996

19 maio, 2006

Cidades 2006 discutirá questões ambientais

O congresso internacional Cidades 2006 abordará questões ligadas à gestão das cidades e, é claro, o meio ambeinte não poderia ficar de fora.

A feira acontece de 24 a 28 de maio no campus da Ufes, em Goiabeiras. As inscrições já estão encerradas, mas quem tiver a oportunidade de participar do evento, vale a pena conferir a programação.

Em destaque estão os painés que discutirão questões ambientais.


DIA 25 DE MAIO

09:00h às 10:00h
Turismo e sustentabilidade nas cidades

Laura Santi

Poluição atmosférica e gestão das águas nas cidades
Edmilson Costa Teixeira
Ricardo Franci Gonçalves
Neyval Costa Reis Júnior

14:30h às16:30h
O Desenvolvimento do ecoturismo no Brasil: Bonito/MS
Ramona Fátima Casanova do Prado


Programa para o Desenvolvimento Sócio Ambiental da Região Hidrográfica do Guaíba - Pró Guaíba/RS
Paulo Renato Paim
Nanci Begnini Giugno

O desafio das águas: A participação da sociedade no planejamento e gestão de bacias/ES
Alberto Pêgo

DIA 27 DE MAIO

09:00h às 10:00h
Cidade e território: impactos ambientais urbanos
Eneida Maria Souza Mendonça
José Francisco Bernardino Freitas
Martha Machado Campos
Renata Hermanny

15 maio, 2006

Uma pequena reflexão

Quando tiveram contato uns com os outros, europeus e indígenas começaram a perceber as diferenças entre eles. O texto a seguir escrito pelo francês Jean de Léry em 1578.

(...) Os nossos índios muito se admiram do trabalho a que se dão os europeus para a posse do arabutan*.

Uma vez um velho índio perguntou-me:
— Que significa isto de virdes vós outros (...) buscar tão longe lenha para vos aquecer? Não a tendes lá em vossa terra?

Respondi que tínhamos lenha, e muita, mas não daquele pau, e que não o queimávamos, como ele supunha, mas dele estraíamos tinta para tingir.

Retrucou o velho:
— E por ventura precisaes de tanto pau-brasil?

— Sim, respondi, pois em nosso país existem negociantes que tem mais panos, facas, tesouras, espelhos e mais coisas do que vós aqui podeis supor, e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.

— Mas esse homem tão rico não morre?

— Sim, morre como os outros.

— E quando morre para quem fica o que é dele?

— Para seus filhos, se os tem, e na falta, para os irmãos ou parentes próximos.

— Na verdade, continuou o velho, que era nada tolo, agora vejo que vós (...) sois uns grandes loucos, pois que atravessaes o mar com grande incomodos, como dizeis, e trabalhaes tanto a fim de amontoardes riquezas para os filhos ou parentes! A terra que vos alimentou não é suficiente para alimentá-los. Nós aqui também temos filhos, a quem amamos, mas como estamos certos de que após nossa morte a terra que nos nutriu os nutrirá também, cá descansamos sem o mínimo cuidado. (...)

LÉRY, Jean de . História de uma viagem à terra do Brasil. Rio de Janeiro/São Paulo: Nacional, 1926. pp. 130-131

* Arabutan: palavra da língua tupi que significa pau-brasil.

07 maio, 2006

Dia Mundial do Meio Ambiente


Não só mais uma data pra marcar nosso calendário, o Dia Mundial do Meio Ambiente merece destaque e reflexão.
Diariamente vemos notícias de terremotos, furacões, enchentes, derretimento de geleiras, aumento das áreas de desertificação e da temperatura do planeta, novas doenças infecciosas. Será que percebemos que esses fenômenos são agravados pela ação do homem? E que cada um de nós tem sua parcela de culpa nessa história?
A temperatura média global subiu 0,6°C no século 20, e pode elevar-se em mais 1°C até 2030. Além de prejuízos para a agricultura e para o turismo, esse aumento de temperatura provoca derretimento de calotas polares e geleiras, o que aumento do nível do mar.
O aumento do nível dos oceanos inundará regiões costeiras. Pra quem pensa que esse problema está distante de nós, Vitória também será afetada. E isso não são histórias de bicho-papão: nos últimos 100 anos, o nível do mar subiu 20 cm. Pouco? A previsão é de que nos próximos 100 anos o mar suba de 15 a 95 cm, o que significa um avanço de 30 m nas superfícies costeiras.
Precisamos cuidar do meio ambiente e buscar medidas que diminuam os impactos da ação humana. Nosso futuro depende disso.

05 maio, 2006

Algo estranho no ar...

Foi lançado ontem Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas e Uso Racional da Água (FCMC).

A justificativa é bonitinha: "O aumento da temperatura global e o conseqüente aparecimento de seca em muitas regiões do Espírito Santo são motivos importantes para que o ar e a água sejam assuntos em pauta. "

O intuito é nobre: "O FCMC tem o intuito de conscientizar e mobilizar a população sobre problemas relacionados às mudanças climáticas. "

A promoção é básica: "O evento é promovido pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e pela Rede Gazeta"

Mas o apoio... : "O FCMC conta com apoio da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Samarco e Marca Ambiental.

Sentiu algo de estranho no ar?

03 maio, 2006

Espécies exóticas são realmente invasoras?

Essa matéria foi divulgada pelo site do Ministério do Meio Ambiente, em 28 de maio. Apesar dessa diferença de datas, vale a pena conferir esse texto porque trata de uma questão já abordada pelo blog, a retirada de árvores da Floresta da Tijuca. A minha dúvida permanece: as espécies exóticas são realmente invasoras? Pelo menos a questão está sendo discutida...

Câmara técnica discutirá espécies exóticas invasoras

Daniela Mendes

A Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) deve aprovar a criação da Câmara Técnica Permanente sobre Espécies Exóticas Invasoras. De acordo com o diretor do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade, Paulo Kageyama, a proposta será analisada na próxima reunião do conselho prevista para junho. "Não há nenhuma razão para não se criar essa câmara técnica. Ela representará a importância que o Ministério do Meio Ambiente dá ao tema", afirma Kageyama.

Uma minuta de criação da Câmara Técnica Permanente já foi analisada pelos membros da Conabio. Se aprovada, ela será o primeiro fórum oficial para tratar do problema que, cada vez mais, preocupa os estudiosos do meio ambiente.

A Câmara terá como foco principal a discussão para se definir um programa de prevenção e controle das espécies exóticas invasoras, hoje consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana.

Uma das primeiras tarefas do órgão deverá ser a elaboração de uma lista oficial de espécies invasoras, semelhante à que existe hoje sobre animais em extinção, com o objetivo de orientar os pesquisadores e as ações do governo no controle dessas espécies no País. "Nós também queremos fazer um levantamento das espécies invasoras nas unidades de conservação", acrescenta Kageyama.

Além da lista oficial, a Câmara deverá propor a uniformização dos termos a serem empregados no tratamento das espécies exóticas e a avaliação dos impactos causados ao meio ambiente pelas principais espécies, tanto em relação à biodiversidade quanto à saúde humana e animal.

A proposta de criação da Câmara foi feita pela ministra Marina Silva, em outubro do ano passado, no 1º Simpósio Brasileiro sobre Espécies Exóticas Invasoras realizado, em Brasília, pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Embrapa, o Ibama, a Fiocruz e a Universidade Federal de Viçosa.

Na ocasião a ministra afirmou que considerava fundamental a criação de um fórum específico para o debate do tema. O Simpósio contou com a presença de representantes de sete países.
A Câmara Técnica Permanente deverá ser composta por representantes de órgãos governamentais e não governamentais e de representantes da comunidade científica brasileira.